Como reconhecer os primeiros sinais e lidar com os desafios do primeiro trimestre

A descoberta da gravidez é, para muitas mulheres, um momento marcante. No primeiro trimestre, o corpo materno trabalha para formar o bebê e adaptar-se à nova realidade

Karina Luz

a person holding a baby's name tag in their hand
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O primeiro sinal da gravidez costuma ser o atraso menstrual. A partir desse momento, o corpo feminino inicia uma série de mudanças hormonais intensas, preparando-se para sustentar a nova vida que está começando a se formar.

É justamente no primeiro trimestre que ocorrem as transformações mais significativas: é nesse período que o bebê começa a se desenvolver e que o corpo da mãe passa por ajustes profundos para dar suporte à gestação. Por isso, é bastante comum que a gestante sinta muito sono, cansaço e alterações no apetite.

Algumas mulheres atravessam esse início com poucos sintomas, sentindo apenas um aumento na fome ou alguma oscilação emocional. No entanto, para grande parte das gestantes, os enjoos matinais fazem parte da rotina. Essa condição é conhecida como êmese gravídica, e embora seja desconfortável, costuma ser controlável. Medidas simples como manter-se hidratada, não passar mais de duas horas sem se alimentar, optar por alimentos leves, bolachas de água e sal, balas de gengibre ou água com limão podem ajudar a aliviar esses sintomas.

Há, no entanto, uma condição mais intensa, que atinge cerca de 3% das gestantes: a hiperêmese gravídica. Nesse caso, os enjoos evoluem para vômitos persistentes, perda de peso e desidratação. É o cenário em que me encontro, e posso afirmar que exige bastante resiliência.

A hiperêmese deve ser acompanhada de perto por um médico. O tratamento pode incluir a prescrição de antieméticos específicos, hidratação venosa com eletrólitos e, em casos mais severos, internação hospitalar. Essa condição afeta não apenas o físico, mas também o emocional da gestante, interferindo no humor, no sono, na alimentação e na disposição. No meu caso, faço visitas frequentes ao pronto atendimento da maternidade, semanalmente ou a cada três dias, para administrar soro e monitorar minha evolução.

Apesar de ser uma fase desafiadora, há uma boa perspectiva: os sintomas da hiperêmese costumam desaparecer por completo a partir da 20ª semana de gestação, com a chegada do segundo trimestre. Em casos mais raros, podem persistir de forma mais branda até o final da gravidez.

Um cuidado a mais: Algo que tem contribuído bastante para o bem-estar nesse período é a suplementação adequada de vitaminas. Converse com seu obstetra sobre isso. Nutrientes como vitamina D, K2, ômega 3 e vitaminas do complexo B, especialmente B6, B12 e B9 (ácido fólico), podem ajudar tanto a aliviar os sintomas quanto a garantir um bom desenvolvimento para o bebê.

É importante estar atenta aos sinais, buscar orientação médica e respeitar seus próprios limites. Se você está passando por algo parecido, saiba que não está sozinha, e com apoio e cuidados adequados, tudo tende a melhorar com o tempo.